O excesso de gordura corporal ocorre devido ao desequilíbrio energético como resultado do consumo excessivo de energia e baixo gasto calórico, embora fatores genéticos herdados e alterações no metabolismo, como o sedentarismo e o envelhecimento, também contribuam para a gordura corporal.
Identificar e controlar a composição corporal é uma área importante de pesquisa para avaliar a importância relativa do tecido adiposo e magro na prevenção e controle do câncer. Desde 1979, pesquisas baseadas no ACS Cancer Prevention Study-I forneceram evidências epidemiológicas de que o excesso de peso corporal contribuía para um maior risco de morte por combinação de patologias como, doenças cardíacas, diabetes e alguns tipos de câncer. Desde então, as associações de excesso de gordura corporal e o aumento do número de mortes em alguns tipos específicos de câncer começaram a ser avaliadas.
Em 2000, um relatório da IARC mostrou evidências suficientes de que o excesso de gordura corporal podia causar câncer de mama (pós-menopausa), endométrio, rim, esôfago, cólon e reto. Em 2016, essa lista foi expandida incluindo câncer gástrico, fígado, vesícula biliar, pâncreas, ovário, tireoide, além de mieloma múltiplo, meningioma, próstata, faringe e laringe.
O excesso de gordura corporal pode contribuir para um ambiente pro carcinogênico através de várias vias envolvidas na inflamação como: estresse oxidativo, proliferação e angiogênese celular, inibição da apoptose, morte celular e metástases.
Estudos sobre estilo de vida e intervenção comportamental demonstram que mesmo uma MODESTA PERDA DE PESO, melhora a sensibilidade à insulina, níveis séricos do metabolismo hormonal e consequentemente, desempenham um papel importante no controle de causas do câncer.
A epidemia de obesidade é agora bem reconhecida e o Ministério da Saúde alerta sobre a necessidade da adoção de hábitos saudáveis para evitar doenças provocadas pelo excesso de peso. Atualmente, 55,7% da população adulta do país está com excesso de peso e 19,8% está obesa, de acordo com a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2018. Uma vez que o sobrepeso contribui substancialmente para o risco de câncer, controla-lo desde a infância com a adoção de hábitos saudáveis e controle da alimentação, se torna uma estratégia importante para diminuir o seu impacto na população do país e do mundo.
REFERÊNCIAS
CHERYL, L. R. et al. American Cancer Society Guideline for diet and physical activity for cancer prevention. CA Cancer Journal for Clinicians, v. 0, p. 1–27, 2020.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Metade dos brasileiros está acima do peso e 20% dos adultos estão obesos. Disponível em: <https://www.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/46485-mais-da-metade-dos-brasileiros-esta-acima-do-peso> Acesso em: 14 julho 2020.